Código de referência
PT/BNP/ ALB/SS 02/SC 03/SSC 03.03/02
Título
[Traslado da instituição do morgado de Canidelo e suas pertenças, por Inês Vasques, mulher de Álvaro Afonso Dinis, e posteriormente, de Gonçalo de Sá, feita no Mosteiro de São Domingos do Porto, a favor de João Álvares Ribeiro, cavaleiro fidalgo da Casa Real. Porto, 1498-02-17.]
Data(s)
- 1498 (Produção)
Nível de descrição
Documento simples
Dimensão e suporte
[1]+41+[1] fls. Truncado. Papel.
Área de contextualização
Nome do produtor
Sousa, Filipa de (flor. 1487-1513)
(flor. 1487-1513)
História biográfica
Entidade detentora
História do arquivo
A produção documental teve origem aquando da fundação do morgadio do Canidelo, em 1458, pelo testamento de Inês Vasques Ribeiro, que nomeia como primeiro administrador o sobrinho João Vasques Ribeiro, cavaleiro da casa do Rei e morador no Porto. Os documentos transmitem-se acompanhando uma sucessão canónica em morgadio até à inexistência de herdeiros masculinos na quarta geração após a do primeiro administrador. O casamento da única herdeira deste, c. 1565, com Francisco Ferreira Furtado de Mendonça, morgado de Argemil e Fajozes, faz com que o morgadio do Canidelo passe para esta última família fidalga da região do Porto, com vastas propriedades, ao que tudo indica de um extracto social superior. Os morgadios assim reunidos, e respectiva documentação, terão entrado cinco gerações mais tarde na família de Diogo Pereira Forjaz Coutinho, pai da viscondessa de Vila Nova de Souto del Rei (por casamento) que herdará os bens por morte sem descendentes do seu único irmão. Porém, no estado actual da investigação é impossível conhecer ao certo toda a história do arquivo, sendo por exemplo visível em documentação ainda não organizado do Arquivo Almada Lencastre Basto, que, no por 1682, a herdeira dos morgadios do Canidelo, Argemil e Fajozes, Francisca Luísa, e o seu marido João Manuel de Meneses, não teriam o original do livro, requerendo uma cópia ao corregedor e provedor da comarca do Porto, a partir da cópia existente no convento de São Domingos desta cidade; mas esse mesmo original (tal como o pedido de treslado e a correspondente pública-forma) encontra-se no actual arquivo Almada Lencastre Basto e é o documento aqui descrito.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Zona do conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
O documento é descrito, em 1498, aquando da entrega ao juiz e contador dos resíduos da comarca de Entre-Douro-e-Minho por Filipa de Sousa, para prova e cópia , como "hum livro encadernado em que estavam as herdades da dita capela, escrito por o dito Fernão Ribeiro, que foi administrador, e todas as herdades declaradas, e mais o testamento do instituidor". Será assim um importante testemunho de registo autógrafo de um proprietário, que compila e copia documentos de diferentes natureza, actualizando escritos anteriores do Pai e usando o documento para gestão corrente. A estrutura do livro é tripla, fazendo dele um compósito de tombo, registo de documentos, instrumento de gestão e memorial. Principia pelo tombo propriamente dito das propriedades, organizado por "quintas" distintas em "títulos", após os quais são listados os casais, foreiros e rendas; as listas são cuidadosas e precisas, e destinadas à utilização corrente. Neste sentido, o elenco é muito mais do que um simples tombo administrativo, é o registo de uma actividade quotidiana. O seu autor explica que cada entrada conterá informações relativas às dimensões, confrontações, foreiros, tipo de foro e pagamento. O segundo elemento do livro, separado do tombo dos restantes bens, é a lista de obrigações fúnebres devidas a João Álvares Ribeiro, e dos bens a elas adscritos, bem como o testamento da instituidora. O redactor faz comentários, no próprio texto, sobre a ligação entre os bens e as cerimónias por alma. O livro encerra com uma lista de bens que vieram a Fernão Álvares Ribeiro de outros modos, marcando a sua posição como bom herdeiro, administrador cuidadoso na gestão das propriedades e respectivo arquivo.
Avaliação, selecção e eliminação
Ingressos adicionais
Sistema de organização
Zona de condições de acesso e utilização
Condições de acesso
Condiçoes de reprodução
Idioma do material
Script do material
Cota(s)
Características físicas e requisitos técnicos
Instrumentos de descrição
Zona de documentação associada
Existência e localização de originais
Existência e localização de cópias
Existem várias cópias do documento, em pública-forma: BNP, ALB, ANTT, cx. 4, doc. 677a e 678a.
Unidades de descrição relacionadas
Existe ainda um exemplar coevo no ADP, Convento de S. Francisco, liv...., fl. 1-32v.
Related descriptions
Zona de notas
Identificadores alternativos
Pontos de acesso
Pontos de acesso - assunto
Pontos de acesso - lugares
Ponto de acesso - nome
- Sousa, Filipa de (flor. 1487-1513) (Produtor)
Zona do controlo da descrição
Identificador da descrição
PT
identificador da instituição
BNP
Regras ou convenções utilizadas
CONSELHO INTERNACIONAL DE ARQUIVOS — ISAD(G): Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística. Trad. Grupo de Trabalho para a Normalização da Descrição em Arquivo. 2.ª ed. Lisboa: Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, 2002, 97 p.
DIREÇÃO GERAL DE ARQUIVOS; PROGRAMA DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO; GRUPO DE TRABALHO DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO – Orientações para a descrição arquivística. 2.ª v. Lisboa: DGARQ, 2007, 325 p.
DIREÇÃO GERAL DE ARQUIVOS; PROGRAMA DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO; GRUPO DE TRABALHO DE NORMALIZAÇÃO DA DESCRIÇÃO EM ARQUIVO – Orientações para a descrição arquivística. 2.ª v. Lisboa: DGARQ, 2007, 325 p.
Estatuto
Preliminar
Nível de detalhe
Parcial
Datas de criação, revisão, eliminação
Julho de 2019.
Idioma(s)
Script(s)
Fontes
ROSA, Maria de Lurdes - O morgadio em Portugal, sécs. XIV-XV. Modelos e práticas de comportamento linhagístico. Lisboa: Estampa, 1995, p. 226 e ss.; ROSA, Maria de Lurdes - “[Livro do Morgadio do Canidelo]”. In ROSA, Maria de Lurdes, HEAD, Randolph C. (eds.) – Rethinking the archive in pre-Modern Europe: family archives and their inventories from the 15th to the 19th century. Lisboa: IEM, 2015, p. 98-99.
Nota do arquivista
Criado por Alice Borges Gago.